

Igreja de Santo Antônio
Praça Juscelino Kubitschek, S/N



HISTÓRICO

A Igreja de Santo Antônio foi edificada durante a primeira metade do século XVI li, tendo suas obras iniciadas por volta de 1730 e concluídas cm torno de 1746. Consta que logo que as obras foram concluídas, o mestre de campo Manoel Bastos Neiva, teria descoberto um rico veio de ouro sob seus alicerces. O mestre chegou a propor, ao vigário geral, Antônio Mendes Santiago, a demolição da igreja e sua construção como outro local, o que foi imediatamente recusado. Em 1750 a Igreja seria transformada em Catedral de Santo Antônio de Paracatu e. em 1755, foi criada a Paróquia. por provisão de D. Francisco Xavier Aranha, bispo coadjutor de Olinda. sendo entregue ao vigário Antônio Mendes Santiago. Consta que logo após a construção da Igreja, em torno do ano de 1750, foi edificado um anexo na parte posterior do templo, que teria abrigado a Sede do Tribunal do Santo Oficio. Foi edificado sob o paroquiado do Padre Mendes, que teria obrigado a população local a fornecer escravos para a execução da obra. Possuía ligações subtem1neas e ocultas com o interior da Igreja. Nas suas masmorras teriam sido praticadas torturas indescritíveis, pelo carrasco Manoel Gomes Bravo, proveniente de Sabará, na presença do Padre Francisco de Moura Brochado. Consta que as torturas consistiam em suspender a vítima, em uma roda, pelas mãos atadas à grande altura, tendo um peso de madeira de vários quilos aos pés. Enquanto se movimentava o sarilho, a pessoa era suspensa. sob chicotadas, e suas articulações se desconjuntavam. Em 1772. por ordem do Marquês de Pombal, o padre José Ribeiro de Assis mandou demolir a Sede do Tribunal do Sa1110 Oficio. fazendo desaparecer com todos os seus vestígios. Com a demolição da Igreja de Santana. em 1935. o altar-mor desta foi transferido para a Igreja de Santo Antônio. Em 1962 a Igreja foi tombada pelo IPHAN.



DESCRIÇÃO

A solução arquitetônica da Igreja de Santo Antônio representa um modelo tido por alguns estudiosos como uma evolução dos partidos jesuíticos seiscentistas, sendo está uma influência de Goiás na região. A ausência de torres e a presença de empenas triangulares são características marcantes deste modelo. Na fachada, sobressai o corpo da nave, com empena triangular, dominado pela grande portada, pelas janelas do coro e pelo óculo. As naves laterais são marcadas por volumes mais baixos em ambas as laterais. O acesso à Igreja se dá pela porta central, que conduz ao nártex sob a estrutura do coro. As duas portas laterais acessam diretamente as naves laterais. Seu interior é harmonioso, com tribunas e naves laterais interligadas à nave-mor por meio de pórticos. Após o arco-cruzeiro, cm arco pleno, está a Capela-mor entre dois corredores laterais, tendo aos fundos a sacristia. Destaca-se, no interior. o conjunto de sete retábulos, sendo os mais antigos e interessantes os do arco cruzeiro, em estilo joanino. Do ponto-de-vista construtivo. a Igreja apresenta solução em estrutura autônoma de madeira com vedações em taipa. O telhado desenvolve-se em duas águas sobre a nave principal e a capela-mor. esta última era pé direito mais baixo. Nas naves laterais, o telhado desenvolve-se em meia água, cobrindo os volumes mais baixos que correspondem às naves laterais e tribunas. Os beirais são em cachorrada, com forro sobreposto, observando-se a presença de galhos bastante suaves. A estrutura de toda a cobertura é em madeira e as telhas são cerâmicas. Toda a igreja é pintada de branco, interna e externamente, sendo que as aberturas recebem pintura a óleo na cor azul. Os vüos são cm vergas retas, enquadrados em madeira. A portada principal recebe vedação em duas folhas almofadadas. assim como as demais portas que acessam as naves laterais. As janelas apresentam vedações diversas. havendo folhas cegas e cm caixilhos de madeira e vidro. Pisos em tabuado e forros em madeira.
